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Antioxidantes

 

     Exposição ao gás mostarda pode causar stress oxidativo devido à depleção de antioxidantes celulares, maioritariamente a glutationa (GSH), que rapidamente é convertida em glutationa oxidada, o que pode levar à produção de espécies reativas de oxigénio (ROS) e peroxidação lipídica. Este fenómeno pode explicar o desequilíbrio entre a produção de ROS e o nível de antioxidantes nos pulmões e no trato respiratório, que se considera ser a causa primária que leva à cascata inflamatória e lesão tecidular.

     Os oxidantes específicos que estão envolvidos na citotoxicidade do gás mostarda ainda não são conhecidos. Evidências recentes apontam para que sejam as espécies reativas de azoto o principal oxidante envolvido na lesão dos pulmões pelo gás mostarda. O óxido nítrico, produzido pela sintase do óxido nítrico (iNOS), reage com o anião superóxido formando peroxinitrito. Este último consegue modificar proteínas celulares e DNA e ainda induzir citotoxicidade e inflamação.  A expressão da iNOS é regulada pelos macrófagos dos pulmões e células epiteliais após exposição ao gás mostarda.

 

 

Fármacos em estudo

     O uso de melatonina, um antioxidante natural que age tanto sobre as espécies reativas de oxigénio como de azoto, demonstrou reduzir o aumento de iNOS, induzir a atividade da glutationa peroxidase e reduzir a inflamação nos pulmões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     O uso de outros antioxidantes no tratamento da inalação de gás mostarda não foi tão eficaz como o anterior, a melatonina. O Trolox (análogo sintético da vitamina E, solúvel em água), a vitamina E e a quercetina (bioflavonóide) demonstraram aumentar o tempo de sobrevivência e exercem efeitos protetores sobre as lesões quando um animal é exposto ao gás mostarda.

 

   Outro antioxidante em estudo é a N-acetilcisteína (NAC), que é um precursor da síntese de glutationa, tem sido explorada como uma potencial terapêutica para a lesão pulmonar induzida pelo gás mostarda. Quando foi administrada pós-exposição por inalação (administrada a cada 2 horas durante 12 horas), foi eficaz na redução da obstrução do fluxo pulmonar e melhorou a saturação do oxigénio. A NAC é ainda capaz de reduzir a infiltração de células inflamatórias no pulmão por diminuição da transcrição do fator ativador da proteína 1; contudo este mecanismo ainda não é conhecido.

 

 

 

 

Estas evidências levam-nos a crer que os antioxidantes podem ser uma

perspetiva terapêutica para as lesões tecidulares induzidas pelo gás mostarda.

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Autores:

Ana Carvalhido 

Marta Costa M

Melodie Carvalho 

 

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística no ano lectivo 2013/2014 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião (remiao@ff.up.pt) do Laboaratório de Toxicologia da FFUP (www.ff.up.pt/toxicologia/)

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